Como já comentei, aí vai mais um texto falando sobre o tema "bruxas".
A imagem que quase todas as pessoas tem das bruxas, são aquelas que guardamos dos contos de fadas, onde sempre uma bruxa má acabava com os sonhos da princesa e do príncipe.
Algumas histórias falavam até de bruxas, no meio do bosque, que colocavam criancinhas em seus caldeirões. E o pior de tudo, a história só tinha um final feliz, geralmente, quando a perversa bruxa morria ou despencava de um despenhadeiro, em meio a uma tempestade. O final esperado por todos, o da felicidade e da alegria, só era alcançado com o extermínio da poderosa má.
O tipo físico da bruxa? Geralmente feia, muito feia mesmo. Independente de sua altura ou peso (alta, baixa, gorda ou magra).
A bruxa sempre foi retratada como um ser repulsivo que poderia fazer qualquer maldade que fosse para atingir seus objetivos. Sua pitada de, geralmente era feita com uma verruga na ponta do nariz, com dedos muito longos e enrugados, apontando em direção ao objeto de sua perversidade.
Com o poder de encantar pessoas, transformar príncipes em sapos, fazer de criancinhas suas escravas e tendo como aliados fiéis animais, como um corvo ou gatos pretos, a imagem que fica das bruxas é, realmente, arrepiante.
O tema é abundante... No final, sabemos que a bruxa tornou-se um arquétipo da maldade, do lado negro do ser humano. Ela retrata o nosso lado mau.
Se você parar e pensar um pouco na sua vida, vai lembrar que em muitos momentos, se tivesse os poderes de uma bruxa de contos de fadas, teria transformado algumas pessoas em estátuas ou sapos! Afinal, somos humanos. Não estamos no céu nem no inferno: estamos no planeta Terra. Não somos perfeitos, não somos santos: somos de carne e osso. Muitas vezes, o nosso instinto fala mais alto do que qualquer outra coisa, principalmente quando nossos sonhos são decepados por outras pessoas.
Todos nós guardamos raiva e mágoa por coisas que nos acontecem e, de forma inconsciente, sempre temos um certo desejo de vingança pela dores sofridas.
O termo Bruxa é pejorativo? Com certeza. Está impregnado de mistério, magia, ação. É impossível não ter uma estranha sensação ao ouvir esta palavra. Na antiguidade, ela fazia referência às mulheres velhas, ou jovens que sabiam manipular as energias da natureza. As curandeiras, benzedeiras.
A palavra witch, bruxa em inglês, deriva do termo wit, que significa sábio. Se levarmos em consideração a origem da palavra em inglês, podemos associar que as mulheres chamadas bruxas, eram sábias, amavam a natureza, a Grande Mãe Terra, a Deusa Lua. Elas puderam, por séculos, usar livremente sua sabedoria, até que as religiões monoteístas suplantassem as antigas religiões da Grande Mãe.
O arquétipo da maldade da bruxa vem de tempos muito antigos e foi reforçado no período da Inquisição, quando qualquer pessoa que praticasse atos que fossem diferentes do pregados pela Religião oficial era perseguida, torturada e até mesmo morta em fogueiras. E as antigas religiões cultuavam muitos deuses e eram carregadas de rituais para a natureza.
Fonte: Texto extraído do livro:
“Bruxas de Verdade. Conhecendo e desvendando a Magia”
Autora: Ana Elizabeth Cavalcanti da Costa.