Há quase um ano e meio tenho vontade de criar um blog. Comecei a navegar em blogs de artesanato quando meu terapeuta (na época eu fazia terapia e artesanato também, a terapia tive que parar, o artesanato nunca...) sugeriu que eu precisava fazer alguma coisa para ganhar dinheiro... Uma amiga da minha irmã comentou que vendia muito bem as bolsas que ela fabricava através de seu Blog.
Eu e meu pequeno, que de pequeno não tem nada (falo do meu filhão, de dez anos), começamos a pesquisar como montar um blog, mas acabou ficando por isso mesmo. Cada vez que eu navegava pelos blogs, ficava pirada sem saber qual seria o fio condutor (tema) do “meu” blog.
Sentia medo de que a "obrigação" de postar textos frequentemente engoliria a minha exponeidade. Mesmo porque o fio condutor ainda não me foi apresentado...
Até que chegou o momento de fazer uma escolha pessoal muito importante: cuidar da minha formação profissional. Estava no quarto semestre de enfermagem e já havia cursado três semestres em Ciências Biológicas. Confusa por gostar da teoria e não querer vivenciar a prática, sabia apenas que desejava lecionar.
Um sábado, próximo ao fim do ano passado (2009), fui à Campinas visitar meus pais. Busquei minha mãe no trabalho e, a caminho casa, ela contou um fato muito triste ocorrido no Posto de Saúde em que ela trabalha (minha mãe é enfermeira). Narrou a história de uma criança falecida naquela semana após um atropelamento. Encaminhada para a UBS, teve todo o atendimento possível, mas o cérebro já não respondia. Estava morto. Minha mãe ficou mal. Poucas vezes minha mãe se deixou perceber mal.
Fiquei calada, minha cabeça girava. Uma criança havia sido vítima de um “TCE fechado” (Trauma Crânio Encefálico). Comecei a questionar se conseguiria conviver com siglas que determinariam o destino das pessoas como TCE, IAM, AVC e muitas outras.
Embora tentasse disfaçar, quase não conseguia abrir a boca. A viagem de retorno não foi diferente. Como falar para o meu marido sobre mudar novamente de curso? Qual curso? O que fazer? Estava distante, calada, atrapalhada, envergonhada. Minha única certeza era de que realmente havia chegado a hora de tomar uma decisão.
Chegamos em casa e não aguentei. Falei tudo o que estava sentindo para o meu marido. Sugeri a possibilidade de estudar pedagogia, pois sempre me interessei pelos processos de aprendizagem. Para minha surpresa, ele adorou a ideia. Não via a hora de me ver longe da area da saúde, devido a um histórico de vida, já superado, de depressão profunda.
Estava decidida. Prestei vestibular, passei e fiz a matrícula. Tudo em segredo. Somente eu, meu marido e uma grande amiga e incentivadora, a Vânia, sabiam da empreitada.
Só quando viajamos nas festas de fim de ano, contei para algumas pessoas. Muito poucas, mas que eu precisava falar pessoalmente e não teria a oportunidade de revê-los tão cedo. Para minha família, contei no telefonema de aniversário em fevereiro.
É isso, já concluí um ano de pedagogia, sou estágiária na Prefeitura de São Paulo e participo de uma iniciação científica em Educação Estética pesquisando Paulo Freire.
Cada dia que passa sinto mais vontade de ir além. Sempre! O meu lado artístico (ou arteiro) é mais forte a cada dia. Estou construindo meu ateliê...Uma das muitas metas para este ano.
Amo minha família, minha cachorra e minha casa (tudo meu?).
Por enquanto , essa sou eu.
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